Sucedem-se as boas notícias no mercado imobiliário, como o desempenho recorde das operações de financiamento às famílias e às incorporadoras. No Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que opera com recursos das cadernetas, as concessões de crédito subiram 44% em 12 meses, até setembro, atingindo quase R$ 103 bilhões. Outros dados do Banco Central mostram que em igual período aumentou em 10,3% o estoque das operações de longo prazo de financiamento de imóveis a pessoas físicas, para R$ 689,6 bilhões.
Após as pesquisas favoráveis sobre o mercado imobiliário divulgadas pelo SecoviSP e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a sondagem da construção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que, em setembro, o nível da atividade da construção cresceu pelo segundo mês consecutivo e o uso da capacidade instalada aumentou pelo quinto mês consecutivo. O emprego voltou a crescer e é o mais elevado desde abril de 2012.
Em São Paulo, seundo o levantamento do Secovi, o terceiro trimestre foi muito positivo: cerca de 17 mil unidades foram lançadas e as vendas se aproximaram de 16 mil moradias. O fator mais relevante para o vigor do segmento é o juro módico, ajudado pela disputa dos bancos, inclusive a Caixa Econômica Federal, por tomadores. Como notou o presidente do SecoviSP, Basílio Jafet, “mesmo em meio a uma pandemia histórica, que influenciou a economia e o comportamento da humanidade, os números de 2020 nos deixam atrás somente dos resultados de 2019, ano em que foram lançadas 65 mil unidades e comercializadas 49 mil unidades”. No ano, a entidade estima que as vendas se situem entre 40 mil e 45 mil imóveis.
Predominaram, na capital, as vendas e a oferta de imóveis com dois dormitórios e até 45 m⊃2; de área útil. A oferta e a demanda são maiores para unidades com valor de até R$ 240 mil. Se há destaque para o mercado de imóveis econômicos, no outro extremo também tem crescido o mercado de moradias de médio e alto padrão, caracterizado por aumento da velocidade de vendas.
A dinâmica favorável do mercado de imóveis dá impulso ao emprego e ao investimento e empurra para cima a economia. Mas, dado o longo prazo das operações, é necessária a confiança do investidor e do comprador final – e esta confiança depende de uma política econômica sensata.
Fonte: Estadão.com