Os lançamentos de novos empreendimentos imobiliários no mês de outubro deste ano foram 85,5% maiores do que no mesmo período do ano passado, segundo indicador divulgado nesta terça (22) pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).
Foram 14.459 unidades colocadas no mercado, a maioria no segmento econômico, que inclui o antigo programa Minha Casa, Minha Vida.
O avanço nos lançamentos demonstra, segundo Luiz Antonio França, presidente da Abrainc, a confiança dos incorporadores em colocar novos empreendimentos no mercado. Em outubro, pela primeira vez desde o início da pandemia, o total de lançamentos acumulado em 12 meses ficou positivo. Com 111.429 unidades, a alta foi de 5,6%.
As vendas líquidas, que desconsideram os distratos, também registraram novo recorde, com 11.811 unidades vendidas, um avanço de 80% em relação a outubro de 2019.
Os últimos meses vêm sendo excepcionais para o mercado imobiliário e de construção civil. As taxas de juros baixas, a demanda reprimida por crises econômicas anteriores e as necessidades geradas pela pandemia estimularam os negócios do setor.
Para França, os diversos tipos de linhas de crédito para a compra de imóveis também favoreceram a melhora nos números. As taxas de juros baixas impulsionam as compras ao reduzirem a rentabilidade das aplicações, levando os investidores a buscar outros ativos.
As vendas no segmento econômico, de imóveis mais baratos, seguem como as principais responsáveis pelo resultado positivo. Em um ano até outubro, 90.462 unidades foram vendidas no Minha Casa, Minha Vida, uma alta de 34,1% na comparação com o mesmo período no ano passado.
Entre os lançamentos, o avanço foi de 16%, com 95.531 imóveis colocados a venda.
França, presidente da Abrainc, diz que o resultado melhor no segmento econômico tem relação com o perfil de compra. Tradicionalmente, as vendas desse tipo de imóvel são consideradas mais resilientes a períodos de crise.
A compra no médio e alto padrão costuma estar relacionada a uma troca ou melhoria no tipo de imóvel e, por isso, pode ser adiada. No segmento econômico, segundo França, a aquisição é mais urgente, pois pode substituir uma situação precária ou indesejada.
Como a Folha mostrou em novembro, os juros menores permitiram que mais famílias se habilitassem ao crédito imobiliário e também ampliou o acesso a imóveis melhores —com a mesma renda, passou a ser possível comprar um apartamento ou casa mais caros. O custo menor também dá mais confiança ao futuro comprador.
Em outubro, o crédito imobiliário com recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) atingiu R$ 13,8 bilhões, um avanço de 84% ante 2019 e o segundo recorde mensal consecutivo.
Fonte: Folha de São Paulo