Estoque de imóveis no país é o menor registrado desde 2017, diz Abrainc

Os lançamentos de imóveis no país aumentaram 3% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado

Os lançamentos de imóveis aumentaram 3% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) apontaram que foram lançados 62.409 imóveis em todo o país. No mesmo período do ano passado foram 60.345. Os dados consideram tantos imóveis do Minha Casa Verde e Amarela como Imóveis de Médio e Alto Padrão.

Além dos lançamentos, também houve aumento nas vendas de imóveis no primeiro semestre deste ano, alta de 18%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em coletiva realizada nesta quarta-feira, 21, Luiz França, presidente da Abrainc, explicou que o bom desempenho dos dados pode ser explicado pelo estoque de imóveis no país, que é o menor já registrado desde 2017.

No primeiro semestre deste ano, o estoque total de imóveis era 801 mil unidades em todo o Brasil e o prazo estimado para acabar todo o estoque é de 10,9 meses. No ano passado, por exemplo, o estoque era de 747 imóveis e o prazo era de 12,3 meses. Em 2017, o prazo para acabar com todo o estoque disponível era de 14,1 meses.

 

Alto e médio padrão x Casa Verde e Amarela

 

Ao analisar os dados separados dos lançamentos e vendas do Minha Casa Verde e Amarela e dos imóveis de médio e alto padrão, os dados apontam que o segundo segmento teve um desempenho superior ao primeiro. Os lançamentos de imóveis de médio e alto padrão cresceram 20% no primeiro seis meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021. As vendas de imóveis desse segmento dobraram no período, aumento de 103%. Já no Minha Casa Verde e Amarela, as vendas cresceram apenas 2% e os lançamentos caíram 5%.

 

Apesar da queda no segmento do Minha Casa Verde e Amarela, a Abrainc acredita que as medidas anunciadas pelo governo como implantação de nova curva de subsídio, aumento de limites do valor, aumento nos subsídios e a mudança nas faixas de renda, aumento no prazo de financiamento de 30 para 35 anos, entre outros devem impactar positivamente o resultado do segundo semestre desse ano. “Em junho, já sentimos uma melhora. A expectativa é mais positiva para o segundo semestre”, explicou França.

 

Em relação às vendas do segmento de médio e alto padrão, França explicou que apesar da alta da Selic, o consumidor não postergou a compra do imóvel. “A Selic saiu de 2% para 13,75% ao ano. O crédito imobiliário não foi reajustado a cada aumento da Selic.  Ele passou de 7,52% para 9,80%. Quando o consumidor aumento o prazo do financiamento, de 25 para 30 anos, ele consegue diluir o aumento do juro na parcela.”

 

França destacou ainda que como a taxa de financiamento não acompanhou o reajuste da Selic e os imóveis continuaram se valorizando, o consumidor passou a enxergar os imóveis como oportunidade de investimento.

 

“O imóvel no Brasil, ao ser comparado com outros países, ainda é barato e teve valorização acima da Selic nos últimos anos. Quem investe em imóvel e aluga ganha duas vezes, pela valorização e pelo aluguel.” Segundo dados mostrados pela Abrainc, o preço médio do metro quadrado do imóvel em São Paulo, por exemplo, em dólar é de US$ 2.084. Em Nova York, por exemplo, o preço médio do metro quadrado é de US$ 15.819. “Comprar imóvel no Brasil ainda é barato.”

Fonte: https://exame.com/mercado-imobiliario/estoque-de-imoveis-no-pais-e-o-menor-registrado-desde-2017-diz-abrainc/

Fonte e crédito a imagem: Getty Images