Entenda quando vale a pena investir em imóveis fora do Brasil

A busca por imóveis no exterior pode ajudar na diversificação de investimentos, no aumento da rentabilidade, na valorização imobiliária e na proteção do patrimônio, afirmam especialistas

A busca por imóveis fora do país tem crescido no Brasil e também no Espírito Santo. Entre as razões dessa intensificação estão o anseio dos investidores pela maior diversificação de aplicações, maior expressividade na rentabilidade, maior chance de valorização imobiliária ou simplesmente para proteger o patrimônio em moeda forte e fazer um bom planejamento sucessório.

O corretor e advogado especialista em Direito e Negócios Imobiliários Germano Margotto aponta que essa modalidade de investimento consiste na “procura por propriedades de qualidade em mercados ordenados e transparentes fora do país, visando um favorável retorno de investimento”.

“Diferentemente de como se investe no Brasil, cada país tem um regramento próprio para os temas que envolvem os negócios imobiliários, como aspecto jurídico, tributário, contábil, intermediação, imigração, notarial e registral. E os corretores de imóveis e advogados desempenham um papel mais amplo nessas transações do que no Brasil”, explica ainda.
Para o presidente do Grupo Proeng S.A., Lamberto Palombini Neto, outro benefício de investir fora do Brasil, em especial para empresas, é abrir mais possibilidades e ganhar vantagem em relação à concorrência, já que a empresa tem investido também fora do Brasil. “Estamos sempre nos testando, checando nossa musculatura empresarial e nos superando. Não há outra forma de sobrevida para empresas. É preciso ampliar limites. Nosso time, cada vez mais, mostra esta força e nossa adaptação. Buscamos ter o grupo apoiado em dois países que se somam. Eis o nosso desafio”, pontua

O presidente eleito do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região (Creci-ES), Aurélio Capua Dallapicula, também reforça a importância de se munir-se de conhecimento. “Via de regra, cada localidade tem uma legislação e uma forma distinta de tratar a comercialização imobiliária, seja na fiscalização, seja no financiamento, seja na documentação pertinente”, afirma.

Vale a pena?

O corretor e advogado especialista em Direito e Negócios Imobiliários Germano Margotto avalia que, para moldar a decisão sobre o investimento e realizar transações imobiliárias bem-sucedidas, o investidor precisa saber identificar as oportunidades nos mercados, os padrões de investimentos e as tendências atuais de atividade imobiliária, observando, principalmente, as questões culturais, as normas jurídicas, os fatores geográficos e econômicos dos mercados.

Aspas de citação

O investidor deve refletir como incorporar essas informações no planejamento de negócios e como elas podem impactar no negócio imobiliário, definindo as estratégias que podem ser usadas para obter uma compreensão mais profunda das condições do mercado e chegar à conclusão se ele realmente tem esse perfil.

Germano Margotto

Especialista em Direito e Negócios Imobiliários

A escolha também deve ser feita com base no baixo risco, no crédito acessível e disponível, no retorno de investimento aceitável e na existência mercados bem estruturados. Atualmente, os Estados Unidos são o país onde os brasileiros mais investem em imóveis, segundo Margotto, ocupando cerca de 54% dessas alocações imobiliárias. Em seguida, está o Reino Unido, com cerca de 6% e em terceiro, o Canadá, com 4% (tabela abaixo).

Crescimento para os próximos anos

Nos próximos três a cinco anos, segundo o especialista em Direito e Negócios Imobiliários,  a expectativa de aumento de investimentos imobiliários feitos por brasileiros é de 77% nos Estados Unidos; enquanto Europa, Canadá, Austrália e Reino Unido têm expectativa de crescimento de 49%, 22%, 25% e 7%, respectivamente.

Ele destaca ainda as cinco melhores cidades para investimento imobiliário planejado, que são: Austin (Texas, nos EUA), Atlanta (Geórgia, nos EUA), Boston (Massachusetts, nos EUA), Dallas (Texas, nos EUA) e Londres. Nova Iorque (EUA) aparece em 6º, Paris (França) em 11º, Tóquio (Japão) em 13º e Munique (em Bavária, na Alemanha) em 14º.

“Hoje, os investidores também se preocupam mais com as questões relacionadas à sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa (ESG), tendo como os três principais critérios para a tomada de suas decisões imobiliárias a gestão de energia e resíduos, construção ecológica, certificação e pegada de carbono”, observa.

Ainda, segundo o advogado especialista, são diversos os fatores que podem influenciar para onde e por que o capital flui, sendo que eles são determinantes para saber o momento ideal para arriscar nesse tipo de negócio, dos quais destaco o balanço de pagamentos, produto interno bruto (PIB) e produto nacional bruto (PNB), eventos políticos, eventos globais, taxas de inflação, valor da moeda, taxa de juros, consumo, poupança, ciclos de negócios e escolhas de investimentos.

“Na maioria dos casos, comparar o desempenho econômico, as taxas de juros e as de câmbio de um país ou região com as de outro fornece uma noção de como os fluxos de comércio e investimento evoluirão”, frisa.

Para fazer essas análises, o presidente em exercício do Creci-ES, Antônio Alberto Coutinho, adiciona que algo comum em todas as partes do mundo é sempre ter a assessoria de um bom corretor de imóveis. “Esse profissional precisa conhecer a região a que se pretende investir para que possa verificar a melhor área, considerando vizinhança, mobilidade, acessibilidade, conforto, segurança. Em resumo, o local adequado para a finalidade a que se deseja investir, tanto para uso residencial, quanto para uso comercial ou misto”, finaliza.

Como lidar com as burocracias?

Por fim, os especialistas ressaltam que a compra de imóveis em um país estrangeiro exige o envolvimento de profissionais com competências principalmente na área do Direito, intermediação imobiliária, administração de propriedades, imigração, investimento e contabilidade.

“O corretor de imóveis e o advogado podem ajudar o investidor estruturando uma equipe de profissionais especializados, sendo comum o envio de consultores preliminares para fazer uma análise prévia de mercados com a busca de imóveis e oportunidades de investimentos”, lembra Germano Margotto.

Já as transações bancárias, dúvida comum para quem está começando, podem ser feitas por meio de transferência internacional, que é um processo de câmbio autorizado e regulamentado pelo Banco Central. Existem também corretoras e plataformas que facilitam o investimento diretamente no exterior.

“Mas é importante verificar a legislação do país de destino, porque as transações devem ser feitas de acordo com as regras do país escolhido, das condições acordadas para o investimento e das normas tributárias e fiscais do Brasil. A contratação de uma assessoria especializada no país onde se pretende comprar o imóvel é de suma importância para ter a segurança necessária para o negócio”, finaliza o advogado.

FONTE: https://www.agazeta.com.br/hub-imobi/inovacao/entenda-quando-vale-a-pena-investir-em-imoveis-fora-do-brasil-0423

FONTE E CRÉDITO DA IMAGEM: https://www.agazeta.com.br/hub-imobi/inovacao/entenda-quando-vale-a-pena-investir-em-imoveis-fora-do-brasil-0423 (Shutterstock)