De acordo com o Índice FipeZap de Locação e Venda Comercial, os preços de aluguel tiveram alta de 5,30% em 12 meses, acima da inflação IPCA do período
Depois da queda da especulação imobiliária nos anos que sucederam a Copa e os Jogos Olímpicos no Brasil, o aluguel de salas e prédios comerciais finalmente parece ter voltado a avançar com mais força agora em 2023. Se na pandemia a vacância subiu significativamente com a adoção do trabalho remoto, a volta das atividades presenciais deu um fôlego extra ao setor.
De acordo com o Índice FipeZap de Locação e Venda Comercial, os preços do aluguel comercial atingiram alta de 5,30% nos últimos 12 meses findados em março e, pela primeira vez desde 2013, subiram mais que a inflação IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do período, que ficou em 4,65%. E muito acima da inflação medida pelo IGP-M, que costumava ser muito usada no reajuste dos contratos de aluguel. Com a queda do dólar antes o real, que tem grande peso da moeda em seu cálculo, o IGP-M subiu apenas 0,17% em 12 meses.
Em se tratando de aluguel comercial, no acumulo de 12 meses, houve um avanço expressivo dos preços nas cidades de Curitiba (+12,18%); Florianópolis (+11,91%); Campinas (+9,31%); Salvador (+8,19%); São Paulo (+5,52%); Niterói (+6,68%); Rio de Janeiro (+4,21%); Porto Alegre (+3,29%); Belo Horizonte (-0,12%); e Brasília (-1,94%).
Já o preço de venda desses imóveis registou um recuo de 0,61% em 12 meses, conforme o levantamento de março realizado pelo índice FipeZap, considerando anúncios on-line em 10 localidades brasileiras. Entram na pesquisa, salas e conjuntos comerciais de até 200m². O valor dos imóveis para compra parece ainda não ter superado a bolha que se viu em 2013, quando os preços tiveram alta vertiginosa de quase 10% em um ano.
Mas quanto custa?
De acordo com o acordo com o Índice FipeZAP+, em março de 2023, o valor médio de salas e conjuntos comerciais de até 200 m² foi de R$ 8.432/m² para venda e de R$ 40,47/m² para locação. A cidade mais cara tanto para compra quanto para locação foi novamente São Paulo, com valores médios de R$ 9.971/m² (venda) e R$ 48,56/m² (locação). Em seguida, aparece o Rio de Janeiro, com valores de R$ 8.806/m² e de R$ 40,11/m², respectivamente.
Vale investir?
Agora, em 2023, com a queda do preço de compra e aumento do preço de locação, melhora também a rentabilidade de quem investe no setor ao adquirir um imóvel para ganhar com o aluguel. De acordo com os dados do FipeZap, o retorno do aluguel ficou em 5,93% ao ano, considerando a razão entre o preço de investimento inicial e a remuneração mensal do aluguel.
Embora seja um investimento melhor que comprar e alugar imóveis residenciais, que tem um retorno de apenas 5,30% ao ano, a rentabilidade ainda está muito abaixo do que o investidor pode conseguir ao aplicar em operações bastante simples e seguras no mercado financeiro, como fundos DI, Tesouro Direito e até alguns CDBs. Isso porque a taxa básica de juros (Selic) está em 13,75% ao ano, muito mais que os pouco mais de 5% do retorno do aluguel.
Nestas contas, não entram, entretanto, a valorização ou desvalorização do imóvel com o passar dos anos, somente o que o investidor recebe de aluguel.
Fonte: https://valorinveste.globo.com/produtos/imoveis/noticia/2023/04/25/com-a-volta-do-presencial-como-ficou-o-preco-do-aluguel-comercial.ghtml
Fonte e Crédito da imagem: Getty Images