Dados da Abrainc apontam para fenômeno pós-pandêmico, influenciado por diferentes fatores e condições no mercado
Comparado ao ano de 2021, o segundo semestre de 2022 teve um aumento considerável no número de novos imóveis comercializados. Segundo a Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), foram vendidas 87.655 unidades nos primeiros seis meses deste ano, um aumento de 18%.
A pesquisa foi realizada com as construtoras associadas à Abrainc: Cury3, Cyrela, Even, EzTec, JHSF, Mitre, PDG, Plano & Plano, Tenda e Trisul. Os resultados apontam para o reaquecimento do mercado imobiliário, prontamente iniciado por mudanças nas condições de aquisição de imóveis em diferentes esferas.
Foram lançadas 62.414 unidades, volume que representa um aumento de 3% em relação ao mesmo período de 2021. O destaque vai para os imóveis de alto e médio padrão. No segmento, o aumento foi de 20% nos lançamentos e de 103% nas vendas. 24.735 unidades foram lançadas e 23.461 foram vendidas.
Condições de aquisição
Segundo Luiz França, presidente da Abrainc, a boa oferta de crédito imobiliário foi um ponto-chave para o desenvolvimento registrado. O aumento de R$ 25,7 bilhões para R$ 26 bilhões configura um volume 5% maior, em relação ao ano passado.
Com o crescimento no volume de lançamentos e vendas de novas unidades, é natural que o financiamento imobiliário tenha se beneficiado. As informações também esclarecem o recuo de 28% nos empréstimos para a compra de imóveis usados, que vai de contrapartida a esse crescimento nos financiamentos para novos imóveis.
Concordando com o fenômeno, a taxa de juros para o financiamento imobiliário está, atualmente, em torno de 10%, com pretensão de constância por parte da maioria dos bancos. A mesma taxa estava em torno de 7% em janeiro de 2021, quando a Selic estava em torno de 2%. A Selic agora se encontra em 13%, enquanto a taxa do financiamento permanece em uma variação de menos de 2% ao ano.
Os dados, divulgados pela Abrainc, pareados às observações do presidente Luiz França, apontam para o reaquecimento do mercado imobiliário, fenômeno vivenciado por diversos segmentos que outrora foram afetados pela redução nas atividades, causada pela situação de pandemia.
É provável que o movimento permaneça estável, com aumento ainda maior em lançamentos e vendas de novos imóveis até 2023, onde novas comparações poderão ser feitas, a fim de um melhor estudo do fenômeno.
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