Antecipando um Ciclo de Queda de Juros, o Mercado Imobiliário Encontra Razões para Otimismo

A recente redução de 0,5% na taxa Selic, anunciada pelo Banco Central trouxe otimismo ao mercado imobiliário. Esse ajuste é amplamente bem-vindo, uma vez que exerce influência nos financiamentos de imóveis.

A Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES) vê com bons olhos essa redução, que marca o início de um ciclo gradual de declínio da Selic, agora mantida em 13,25%.

De acordo com Alexandre Schubert, vice-presidente da Ademi-ES, o setor imobiliário do Espírito Santo vislumbra um impacto positivo a médio e longo prazos. Essa evolução tende a permitir que construtoras e incorporadoras expandam seus projetos em diversas áreas da Grande Vitória e do interior do estado. “A diminuição das taxas de juros torna o mercado ainda mais competitivo e atrativo para investidores, além de viabilizar o sonho da casa própria para um maior número de pessoas, já que, frequentemente, os compradores dependem de financiamentos bancários”, afirma Schubert.

Ele também enfatiza que “a perspectiva de um cenário mais otimista em relação ao equilíbrio das finanças públicas e ao ressurgimento de investimentos privados em várias áreas econômicas” contribui para o entusiasmo do mercado imobiliário. Em períodos de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), o setor imobiliário tem se beneficiado consideravelmente, já que é fortemente demandado tanto para habitação quanto para empreendimentos comerciais e industriais.

Larissa Gonçalves, economista da DataZAP, compartilha da mesma visão. Ela ressalta que essa redução da Selic é um indicativo significativo para o mercado, já que a taxa básica de juros afeta diretamente os custos de empréstimos, incluindo financiamentos imobiliários. Mais do que a queda inicial, Larissa destaca a importância das futuras reduções, que têm potencial para gerar impactos positivos no setor. Isso abriria caminho para que mais famílias brasileiras tenham condições financeiras de adquirir propriedades. De acordo com projeções prévias ao último comunicado do Conselho de Política Monetária (Copom), refletidas no Boletim Focus, a taxa poderia chegar a 12% até o final deste ano.

Pesquisa Sinaliza que Taxas Acima de 11% Comprometem Financiamentos

Uma pesquisa conduzida pela Brain Inteligência Estratégica para a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRIANC) trouxe à tona uma percepção interessante sobre o financiamento imobiliário. A maioria dos potenciais compradores de imóveis considera inviável adquirir propriedades com taxas de financiamento superiores a 11% ao ano.

Esse estudo revela que 88,4% dos entrevistados acreditam que taxas de juros acima de 11% tornam o financiamento inviável, enquanto apenas 11,6% estariam dispostos a adquirir uma propriedade nessas condições.

Um achado significativo é que os estratos de menor renda são mais impactados pelo aumento das taxas de juros. Aqueles com salários de até R$ 4 mil representam 63% dos que recorrem ao financiamento para comprar imóveis e 75% dos que compram para uso próprio.

A pesquisa também destaca que, em geral, a maioria dos compradores de imóveis que optam pelo financiamento (83%) o fazem com o propósito de adquirir moradia. Isso reflete o sonho da casa própria como uma aspiração primordial para os brasileiros.

Por outro lado, indivíduos com salários acima de R$ 29 mil representam 29% dos que adquirem propriedades com finalidade de investimento. Isso indica que o mercado imobiliário ainda atrai investidores de alta capacidade financeira.

Luiz França, presidente da ABRAINC, ressalta a influência da renda na motivação da compra. Para os estratos de renda mais baixa, o financiamento é crucial para tornar possível a aquisição da casa própria. Enquanto isso, compradores mais afluentes direcionam seus recursos para investir no mercado imobiliário.

“Os resultados dessa pesquisa destacam o impacto significativo das taxas de juros na viabilidade do financiamento imobiliário para a maioria da população, limitando o acesso à moradia para muitos brasileiros”, enfatiza Luiz França. Essas descobertas são fundamentais para compreender o mercado imobiliário e podem orientar políticas públicas e a criação de empregos, destacando a urgente necessidade de redução da taxa Selic”, conclui o executivo.

Fonte: Publicidade Imobiliária

Fonte e crédito da imagem: Publicidade Imobiliária