Com 42.885 unidades, os lançamentos de residências no País no terceiro trimestre deste ano foram 114,1% maiores do que os do trimestre anterior, o que deixa evidente o represamento da atividade da indústria da construção no período mais agudo dos efeitos do isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus.
Mas, mesmo tendo mais do que dobrado o número de unidades novas oferecidas ao mercado, o setor ainda opera em níveis inferiores aos de um ano antes. O número do período julho-setembro de 2020 é 10,5% menor do que o de igual período do ano passado, de acordo com os Indicadores Imobiliários Nacionais do terceiro trimestre divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).
Há, porém, números promissores no relatório da Cbic, pois apontam para uma recuperação rápida e, provavelmente, sustentada do setor. Os impactos da pandemia sobre a atividade econômica em geral – e sobre a construção de residências, em particular – interromperam o crescimento que o setor vinha apresentando desde janeiro de 2018. Mas surgem bons sinais. Nos nove primeiros meses de 2020, as vendas de imóveis novos (apartamentos) foram 8,4% maiores do que as de igual período de 2019.
Na comparação com o trimestre anterior, quando o setor amargou os piores resultados do ano, as vendas cresceram 57,5%. O desempenho foi positivo em todas as regiões do País. O maior aumento foi observado no Sudeste, com vendas de 28.936 unidades, 93,3% mais que no segundo trimestre. Na comparação com o terceiro trimestre de 2019, as vendas no País subiram 23,7%, com resultados positivos em todas as regiões também nessa comparação.
Os resultados cobrem 150 municípios em todo o País, sendo 20 capitais de Estado.
O fato de os lançamentos não acompanharem as vendas é interpretado pela Cbic como uma indicação de cautela por parte dos empresários, sobretudo por causa da alta nos custos de insumos essenciais para a indústria de construção. “Nossa maior preocupação reside no desabastecimento de insumos”, diz o presidente da entidade, José Carlos Martins. “A lei da oferta e procura, o aumento de preço e o atraso de entregas geram dificuldades de manutenção do cronograma de obras. Se isso não for resolvido, pode gerar temor para o setor.”
Fonte: Estadão.com